quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Neste sábado, dia 07/12/2013, foi realizada a última oficina da 1ª temporada Vivências do Balé. Um trabalho com dinâmicas de interação entre os mitos Yorubanos referentes às Iyabás – Orixás femininas cultuadas no Brasil - e suas semelhanças com ações cotidianas, propondo analisar aspectos políticos, sociais e culturais das mulheres no nosso dia-a-dia. Entre diálogos, trocas e experiências, traremos também para o corpo, uma possível interpretação para a gestualidade mitológica das Iyabás, compreendendo como se estabelece a manifestação dessas Orixás na terra, através da dança. A partir dos cinco temas: A criação do Mundo, A criação da Humanidade, Ser Mulher, Maternidade e Sexualidade, As Mulheres na Morte a atividade se desenvolveu no sentido de refletir e dialogar sobre o protagonismo da mulher, diante de sua luta, avanços e desafios diários, ao longo de nossa trajetória histórica. A avaliação do Grupo Cultural Balé das Iyabas, idealizadoras do projeto, juntamente com as participantes das oficinas foi pra lá de positiva, indicando a necessidade de continuidade desse trabalho, uma vez que
se constituiu nesse período, um espaço de reflexões e debates a cerca das questões feministas e de gênero vislumbramdo-se a possibilidade de se construir um "lugar seguro" como diz nossa companheira feminista Jelena Djordjevic, para mulheres se reunirem trocarem experiencias e se apoiarem, no intuito de se fortaleceram para os desafios cotidianos.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
TOM OGBOM -A História da Princesa Alafia e seu príncipe - Um Projeto que trabalha contos afro brasileiros que busca elevar a autoestima de crianças e adultos afro-brasileiros através da literatura; da recriação da imagem lúdica das princesas e príncipes; do incentivo ao convívio/amizade infantil com diferenças culturais e raciais e do contato com história e cultura africana!
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
ZUMBI DOS PALMARES: UM EXEMPLO DE RESISTÊNCIA
A história do Brasil, desde o início da
colonização portuguesa, foi marcada por uma acirrada luta de resistência dos
segmentos explorados (indígenas, negros) contra o regime colonial. Nesse
sentido cabe destacar o período de 1530/1888, no qual a luta dos escravos
negros contra a opressão e exploração tiveram uma grande relevância. De um lado
proprietários de terras escravagistas e de outro uma grande massa de escravos. Para
enfrentar essa situação os negros escravizados tiveram como principais armas as
fugas e a organização de quilombos. A organização dos quilombos foi a principal
forma encontrada pelos escravizados para enfrentar as opressões físicas,
econômicas, culturais e morais impostas pelos portugueses (classe dominante do
período).
Encontramos nos quilombos uma organização
econômica, baseada na agricultura de subsistência e uma organização militar
complexa, com táticas de guerrilha para enfrentar a coroa portuguesa.
Existiram no Brasil
colonial mais de 100 quilombos que se tornaram a principal forma de luta contra
o regime colonial explorador. É importante ressaltar que os quilombos
representaram os pólos de agregação dos oprimidos pelo antigo sistema reunindo,
além dos negros escravizados, índios e brancos pobres.
No processo de
resistência contra a opressão e exploração imposta aos escravos negros
destaca-se a luta de Zumbi e dos outros combatentes do Quilombo dos Palmares. Estes
foram os atores da maior tentativa de constituição de uma formação social negadora
do regime colonial baseada na exploração do trabalho escravo. Maior pelo tempo
que resiste (1595 – 1695), pelo contingente que abrigou (quase 10 mil
quilombolas) e pela área geográfica que abrangeu (Serra da Barriga, atual
Estado do Alagoas), local de grandes plantações de cana de açúcar.
Desde os primeiros anos
do século XVII, a região nordestina foi palco de lutas de resistências e de
fugas de escravos. Porém, foi a partir do início da guerra contra os holandeses
(1630 – 1654) que o movimento adquiriu caráter de massa, com a formação de dezenas
de mocambos e a constituição do Quilombo dos Palmares. Os negros escravizados
aproveitaram bem as contradições e conflitos da classe dominante, o que
acarretou um esvaziamento das plantações de açúcar, fato este que causou pânico
nos fazendeiros. Os ocupantes fazendeiros enviaram então duas expedições contra
Palmares, mas os resultados foram quase nulos.
Palmares era constituído
por dezenas de mocambos cada um tinha seu próprio líder. Durante os momentos de
perigo se reuniam sob o comando “rei”. O primeiro “rei” foi Ganga Zumba, líder
do maior mocambo, o do Macaco, capital de Palmares. Este era protegido por
diversas armadilhas mortais, como fojos (buracos cobertos por vegetação no
fundo dos quais se armavam paus de ponta), os estrepes (lança de madeira), também
escondidas por vegetação. Nos últimos dias havia uma cerca de mais de 5 mil
metros.
Em 1678 uma crise econômica impossibilitou
o governo colonial manter uma guerra prolongada e custosa contra Palmares. Nesse
sentido, o governo tentou buscar uma trégua. Foram oferecidas concessões aos
palmarinos, concessões estas que consistiam no direito de os negros
escravizados delimitarem um território para viverem em liberdade. Em troca,
eles deveriam entregar suas armas e não incentivar mais fugas de escravos. Ganga
Zumba defendeu essa proposta. Zumbi não aceitou, e rejeitou a proposta do
governador, pois desconfiava do acordo. Depois sua desconfiança se confirma O
Conselho Ultramarino, principal
autoridade portuguesa, não admitiu tal proeza, pois era inconciliável para o
sistema a existência de um território de negros livres no coração do Brasil.
A guerra recomeça com maior intensidade. O
governo então contrata Domingos Jorge Velho. Em 1692, a tropa de Jorge
Velho atacou os mocambos, mas foi derrotada. Apenas em 1694, quando receberam
reforços, conseguiram realizar o derradeiro ataque a Palmares. Em 5 de
fevereiro de 1694, quase sem munição,
Zumbi se retira com sua gente. O mocambo era protegido pelos lados, menos por
um que era protegido por um precipício. As tropas inimigas descobriram o
precipício e atacaram impiedosamente. Mais de 400 pessoas foram mortas naquela
madrugada, a maioria atirada pelo penhasco.
Porém, depois do ataque, Zumbi continuou
vivo e comandou um pequeno grupo de homens, mas um de seus homens foi
aprisionado e, sob tortura, revelou o esconderijo. Em 20 de novembro de 1695, o
grupo foi surpreendido e resistiu bravamente até o último homem. Zumbi estava
morto. Seu corpo foi decapitado e sua cabeça espetada na praça principal de
Recife.
O Quilombo dos Palmares
foi um exemplo histórico de resistência coletiva contra a exploração e opressão
racial e de classe. O significado da luta dos quilombolas de Palmares extrapola
a questão racial. Naquela luta estiveram reunidos elementos que se contrapunham
à ordem escravocrata da época, mas também embriões de uma forma social
coletivista, não baseada na exploração do homem pelo homem. Embora os escravos
negros constituíssem o principal contingente de lutadores, indígenas e brancos
pobres compuseram o quilombo e participaram da resistência.
A experiência de Palmares
indica que os explorados e oprimidos são capazes de construir importantes movimentos
contra regimes de exploração e opressão. A duração de Palmares e o extremo
esforço realizado pelos colonizadores portugueses para a sua destruição dão uma
dimensão da capacidade de organização e resistência dos explorados. No mesmo
sentido, ensina que estes são capazes de edificar formas de organização nas
quais predominem a igualdade e o respeito às diferenças.
Nestes tempos de ataques
sem precedentes realizados pelos atuais “senhores escravagistas” contra os
trabalhadores, a experiência de Palmares segue como símbolo de luta. Este
talvez seja este o seu maior legado e que sirva de exemplo para os atuais
explorados e oprimidos.
terça-feira, 2 de julho de 2013
Minha poeta inspiradora...
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
Cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
Às vezes parece erva, parece hera
Cuidado com essa gente que gera
Essa gente que se metamorfoseia
Metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
E ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
Mas é outro lugar, aí é que está:
Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
Que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
Transforma fato em elemento
A tudo refoga, ferve, frita
Ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
É que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
É que tô falando na "vera"
Conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
Delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
Ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
Já se alcança a "cidade secreta"
A atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
Cai na condição de ser displicente
Diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
Que a mulher extrai filosofando
Cozinhando, costurando e você chega com mão no bolso
Julgando a arte do almoço: eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
Então esquece de morder devagar
Esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
Chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
Vaca é sua mãe. de leite.
Vaca e galinha...
Ora, não ofende. enaltece, elogia:
Comparando rainha com rainha
Óvulo, ovo e leite
Pensando que está agredindo
Que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
Cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
Às vezes parece erva, parece hera
Cuidado com essa gente que gera
Essa gente que se metamorfoseia
Metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
E ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
Mas é outro lugar, aí é que está:
Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
Que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
Transforma fato em elemento
A tudo refoga, ferve, frita
Ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
É que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
É que tô falando na "vera"
Conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
Delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
Ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
Já se alcança a "cidade secreta"
A atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
Cai na condição de ser displicente
Diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
Que a mulher extrai filosofando
Cozinhando, costurando e você chega com mão no bolso
Julgando a arte do almoço: eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
Então esquece de morder devagar
Esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
Chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
Vaca é sua mãe. de leite.
Vaca e galinha...
Ora, não ofende. enaltece, elogia:
Comparando rainha com rainha
Óvulo, ovo e leite
Pensando que está agredindo
Que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!
segunda-feira, 13 de maio de 2013
125 anos da dita Abolição
125 de Abolição e
ainda é pertinente a letra do imortal samba enredo - 100 Anos de
Liberdade - Realidade Ou Ilusão? –Hoje fiquei pensando na luta contra o racismo
em nossa sociedade, cujo objetivo é a superação desse problema que
afetou todos os africanos raptados e trazidos para o Brasil
no período colonial e ainda hoje afeta seus descendentes. Como
é dito na famosa frase do mencionado samba - Livre dos açoites da senzala, mas
preso na miséria das favelas - na base da pirâmide
econômica, negligenciados no sistema de saúde, os jovens que mais morrem
de violência diariamente estão na faixa etária de 15 a 24 e são em sua maioria
homens negros, menor índice de escolaridade, as mulheres negras tem os
piores salários e são expostas a violência moral, física, psicológica... Infelizmente ainda temos que provar que o racismo existe e denunciá-lo
mostrando onde ele se esconde, em frases, olhares, exclusões , silêncios,
ausências, ... Esse mal é muitas das vezes silencioso e sutil, mas quando
ficamos atentos, o identificamos a todo momento.O racismo pode ser como um bicho que se esconde
atrás de algo, mas deixa o rabo aparecendo, e se o puxarmos o tal rabo vem todo o corpo do
bicho, neste momento é preciso estar preparado e tomar cuidado, pois ele quando
descoberto, fica furioso e te ataca, te fere, te machuca...
Entretanto, tivemos muitas
vitorias e ainda temos muita luta. Precisamos estar todos unidos nessa causa,
apoiarmos de alguma forma todo o tipo de manifestação que se proponha diminuir
ou acabar com esse problema. Precisamos apoiar todas as ações nesse sentido,
desde as atividades culturais até as políticas de igualdade racial. É preciso
estarmos atentos. Entendo que apesar de muitas conquistas, estamos atrasados,
ainda há muito o que fazer, é preciso muita sensibilização para
unidos diminuirmos, ou até mesmo superarmos esse mal.Assim, a luta contra o
racismo somado as lutas contra toda forma de opressão, nos fortalecera para
caminharmos em prol da igualdade de oportunidades, em prol da verdadeira
liberdade...
Sinara Rubia
terça-feira, 7 de maio de 2013
Texto de Paulo Rhasta
Hoje levantei da cama com a sensação de querer fazer algo diferente, com a sensação de querer aprender algo novo. Convidei meu fiel companheiro, o Kaylan , que vem a ser o primogênito da família Silva, chamados por alguns de Rhastinha. Pegamos o trem com destino a central do Brasil, o objetivo era chegar ao bairro do Humaita, zona sul.Pois lá aconteceria uma oficina voltada para “pais e filhos”, chamada TA NA MODA APRENDER: Oficina sustentável de moda infantil com Contação de Historia. Era uma oficina para valorizar a estética e a cultura de crianças e adultos afrobrasleiro com o reaproveitamento e reciclagem de tecidos.
Foi uma experiência incrível, pois os participantes tinham que recontar a historia que tínhamos acabado de ler, motivados pela contação de uma historia linda, a princesa Aliafiá nos trouxe. Só que alem de contar a historia, os grupos tinham que confeccionar os figurinos das personagens ou seus próprios figurino para a apresentação. Foi bacana ver mães, pais e filhos recontando aquelas historias de Reis, Princesas e Mitos africanos com o olhar deles...
Saí de lá com uma vontade comprar todos os livros de contos e de princesas africanas! Mas onde encontrar esses livros? Será que um dia Julia Vidall e Sinara Rúbia encontrarei em banca de jornal , sebos e livraria na mesma proporção que encontramos os contos Gregos, Romanos e Europeus , com suas Clássicas Princesas , Deusas e Guerreiras?
segunda-feira, 6 de maio de 2013
O conto: A Princesa Alafiá
A PRINCESA ALAFIÁ
Era
uma vez uma princesa chamada Alafiá ,que morava no reino de Daomé, no
continente africano. Certo dia, durante uma festa na cidade da princesa, seu
reino foi invadido por homens que possuíam armas de fogo. Apesar de todo povo
ter lutado bravamente, não conseguiu resistir muito tempo, pois as armas dos
invasores eram mais eficazes que o armamento do reino. A menina, seus pais, que
eram rei e rainha da cidade ,e muitos de seus irmãos foram seqüestrados para
serem escravizados em uma terra muito distante.
Enfrentaram
uma longa viagem marítima, dentro de um grande navio, empilhados como
mercadoria, amarrados e espancados. Por causa desses maus tratos, muitos deles
morreram. Desembarcaram depois de muito tempo em uma terra bonita, mas não era
a África que tanto amavam e onde eram felizes. Nessa terra, Alafiá foi separada
de seus pais. Esse momento foi muito triste, ela nunca esqueceu o rosto de sua
mãe, a qual chorava muito, no momento da
separação.
Quando
a princesa chegou ao lugar chamado fazenda, juntamente com muitos de seus
irmãos negros, foi escolhida para fazer companhia para uma menina que todos
chamavam de sinhazinha. Sinhazinha tinha pele e olhos claros, cabelos
compridos, usava belos sapatos e vestidos, era bela a menina. Alafiá tinha a
pele negra como a noite, olhos grandes e escuros, crespos cabelos e era tão
linda quanto sinhazinha.
O tempo
foi passando, Alafiá aprendeu a língua dos senhores da casa, assim como todos
os outros escravizados. Crescia fazendo companhia para a menina e vendo seu
povo sofrer de tanto trabalhar, apanhar e receber vários castigos. Ela nunca se
conformava com aquela situação e desejava, no fundo de seu coração, que todo
aquele sofrimento terminasse, queria, de fato, libertar a todos.
A
princesa não se esquecia de sua terra natal. Nunca se esquecia das festas, das
brincadeiras com outras crianças, das danças e, principalmente ,do fato de ser
uma princesa, uma princesa africana.
Quando
Alafiá dizia a alguém que era uma princesa, todos riam e diziam que ela estava
maluca, que não passava de uma mucama, além de não se parecer nada com uma. As
pessoas diziam isso porque as princesas que conheciam eram sempre de pele e
olhos claros, longos cabelos, vestiam-se com belos sapatos e vestidos. Alafiá
explicava que ela também era uma princesa e que todos os príncipes, princesas,
reis e rainhas da África eram todos lindos e negros como a noite.
Com o
passar do tempo, Alafiá tornou-se uma linda mulher e sempre com o mesmo desejo:
libertar seu povo. Descobriu que muitos de seus irmãos, não aceitando aquele
tipo de vida, fugiam para um lugar chamado Quilombo, onde se refugiavam com
outros escravizados que fugiam de outras fazendas. Alafiá procurou saber onde
ficava o tal Quilombo e tomou uma séria decisão: que iria ao encontro de seus
irmãos negros para lutar contra a escravidão.
Em uma
bela noite, tão bela quanto Alafiá, a moça esperou todos dormirem, pulou a
janela da grande casa, passou pela senzala onde dormiam os escravos e enfiou-se
mata a dentro. Andou durante toda noite; de manhã, parou para comer um pedaço
de bolo e beber um pouco de água que levava consigo. Caminhou o dia todo, parou
somente duas vezes para se alimentar, pois era muito forte e resistente.
Quando
anoitecia novamente, Alafiá ouviu, ao longe, um som de tambores, semelhante ao
que ouvia nas festas em sua terra natal e na senzala à noite ,quando o senhor
da casa deixava os negros se reunirem. A moça seguiu animadamente a melodia que
vinha do alto de uma montanha. Quanto mais ela corria em direção ao som, mais
ele aumentava.
De
repente, Alafiá chegou a um lugar onde todos dançavam felizes em volta de uma
fogueira. No momento em que aquelas pessoas viram a moça, correram ao encontro
dela, deram-lhe o que comer e deixaram que ela dormisse o resto da noite, pois
estava muito cansada. De manhã , Alafiá contou a todos sua história, tudo que
viveu até aquele momento. Passou, daquele dia em diante,a morar ali e tornou-se muito amiga de todos e querida por eles.
Um
jovem que era líder e guerreiro do Quilombo apaixonou-se por Alafiá, e ela, por
ele. Aprendeu a lutar e cavalgar brilhantemente com o rapaz e, cada vez mais
apaixonados, casaram-se.
Todas
as vezes que os guerreiros iam libertar outros irmãos, ou quando invadiam o
Quilombo para tentar exterminá-lo, Alafiá lutava bravamente ao lado de seu
esposo e dos outros guerreiros.
Apesar
de muita luta e dificuldade, a jovem princesa sentia-se feliz, pois conseguiu
levar a vida lutando por aquilo em que
acreditava, além de encontrar um grande amor.
Sinara Rúbia
domingo, 5 de maio de 2013
Combatendo o Racismo com Arte
O conto A Princesa Alafia, foi escrito no momento que percebi a dificuldade de achar livros com historias de rainhas e princesas negras pra minha filha Sara no ano de 2007... A partir desse momento comecei pesquisar e estudar o assunto, e como resposta a esse problema surgiu a obra. Desde 2008 desenvolvo um trabalho com crianças e também adultos, A Contação de Historia da Princesa Alafia, juntamente com a oficina de contos afro brasileiros infanto juvenil. Acredito que esse trabalho contribuir muito no sentido de sensibilizar as pessoas para essa questão , pois a partir dele começamos desconstruir a hegemonia dos contos de fadas clássicos europeus, onde somente é trabalhado e valorizado um padrão de beleza, fortalecendo o racismo que já se inicia na vida das crianças, que em sua maioria possuem somente bonecas brancas, admiram as apresentadoras de programas infantis brancas, não ganham concurso de rainha da primavera ou princesinha, possuem apelidos que desqualificam sua cor, aprendem a renegar seus cabelos crespos, incorporam o protótipo de beleza das modelos, brancas, magras.... Quando a sociedade brasileira de fato compreender esse problema começaremos mudar a Historia, pois procuraremos essas obras, e quando nos depararmos com contos africanos e indígenas valorizaremos,compraremos,presentearemos,indicaremos, o teremos em nossas estantes, mas que isso, o
teremos dentro de nós...
teremos dentro de nós...
terça-feira, 30 de abril de 2013
MODA, RECICLAGEM E CULTURA.
É DESDE CRIANÇA QUE SE APRENDE.
Comemorando o dia das mães envolverá mães e filhos em histórias lúdicas com moda.
A oficina busca elevar a autoestima de crianças e adultos afro-brasileiros através da moda e histórias. Pais e filhos juntos irão rever conceitos da beleza de príncipes e princesas da Disney, verão como é a convivência com diferenças raciais, e receberão dicas de reaproveitamento e reciclagem.
Conteúdo do curso:
* Composição de roupas infantis a partir de retalhos.
* Recriação da imagem lúdica das princesas e príncipes.
* Incentivo ao convívio/amizade infantil com diferenças culturais e raciais.
* Contato com história e cultura africana como experiência literária viva e transformadora.
Turmas:
* Sábado: 4/05
Professora/designer de moda: Sinara Rúbia e Julia Vidal
Horario: 11h
Local: Loja Mutações. Largo dos Leões 81.
Vagas limitadas: mínimo 6 e máximo 12 crianças
Valor: R$80 (inclui mãe e filho) * o valor é por criança acompanhada. No caso da mesma mãe vir com mais de 1 filho, será pago por criança.
Inscrições prévias na loja:
Julia Vidal: R. Visconde de Pirajá 550/407. Ipanema.
Mutações: Largo dos Leões 81. Humaitá.
Via depósito bancário ( Banco Santander ag 3453 / cc01070008-5 / Julia Vidal dos Santos Borges)
É DESDE CRIANÇA QUE SE APRENDE.
Comemorando o dia das mães envolverá mães e filhos em histórias lúdicas com moda.
A oficina busca elevar a autoestima de crianças e adultos afro-brasileiros através da moda e histórias. Pais e filhos juntos irão rever conceitos da beleza de príncipes e princesas da Disney, verão como é a convivência com diferenças raciais, e receberão dicas de reaproveitamento e reciclagem.
Conteúdo do curso:
* Composição de roupas infantis a partir de retalhos.
* Recriação da imagem lúdica das princesas e príncipes.
* Incentivo ao convívio/amizade infantil com diferenças culturais e raciais.
* Contato com história e cultura africana como experiência literária viva e transformadora.
Turmas:
* Sábado: 4/05
Professora/designer de moda: Sinara Rúbia e Julia Vidal
Horario: 11h
Local: Loja Mutações. Largo dos Leões 81.
Vagas limitadas: mínimo 6 e máximo 12 crianças
Valor: R$80 (inclui mãe e filho) * o valor é por criança acompanhada. No caso da mesma mãe vir com mais de 1 filho, será pago por criança.
Inscrições prévias na loja:
Julia Vidal: R. Visconde de Pirajá 550/407. Ipanema.
Mutações: Largo dos Leões 81. Humaitá.
Via depósito bancário ( Banco Santander ag 3453 / cc01070008-5 / Julia Vidal dos Santos Borges)
Assinar:
Postagens (Atom)