segunda-feira, 14 de maio de 2012

13 de maio de 2012





Ontem fizemos 124 anos de Abolição. Não podemos negar que esse foi um grande momento para os escravizados do período, que tem importância histórica, para africanos e seus descendentes brasileiros, afro brasileiros... Entretanto, hoje, passados mais de doze décadas, negros sentem literalmente na pele, as metamorfoses da discriminação e preconceito racial, iniciados ideologicamente no período colonial para justificar as desigualdades e tratamentos desumanos, dispensados aos africanos seqüestrados e seus descendentes.  Essas idéias que desqualificam o negro no Brasil, ainda hoje são tão eficazes, que destroem e trazem problemas, que transitam da espera psicologia à econômica, quase livre e impunemente. Ainda precisamos muito  convencer que há racismo. Que pessoas são discriminadas pela cor da pele, que crianças sofrem com o racismo na escola, que cotas é necessário, que o negro não esta representados de forma adequada nos livros didáticos e literários, que estamos na base da pirâmide econômica, que temos negligencia no sistema de saúde, que os jovens dos quais morrem  de violência diariamente, de 15 a 24 são em sua maioria esmagadora, homens negros, temos o menor índice de escolaridade, as mulheres negras tem os piores salários e por ai a fora.
O racismo no Brasil é parte integrante do capitalismo. Entendo que não podemos combatê-lo sem entendê-lo dessa forma. Aqui a maioria dos seres dominados pelo sistema são descendentes de africanos, por causa da formação histórica do Brasil. Entretanto, não cabe somente aos negros levantar a bandeira da luta. Todos nós que sofremos com a escassez de recursos econômicos, e outras formas de opressão como machismo, homofobia, privação da LIBERDADE, somos vitimas do capitalismo e precisamos lutar contra esse mal. Acredito que nossa luta, ou melhor, nossas lutas darão um salto de qualidade, quando desfragmentarmos nossos grupos,  respeitarmos nossas individualidades e especificidades,  lutando com a interseção da luta conta opressão,  pela liberdade. 



Sinara Rúbia