quinta-feira, 3 de abril de 2008


Contação da História da Princesa Alafiá
Através de movimentos de dança de origem africana e som de tambores a contação da História da Princesa Alafiá tem a intenção de trabalhar a auto-estima da criança negra, desconstruindo o conceito hegemônico de beleza, passado também pelas princesas brancas(Cinderela, Branca de Neve..).
Acredito que esse trabalho proporciona um ambiente lúdico e estimula a capacidade imaginativa do público e ao mesmo tempo contribui para a elevação da auto estima da criança negra, que está inserida de forma desigual e representada por meio de papéis sociais que reforçam os estereótipos que sustentam idéia de inferioridade do negro na sociedade.

O conto retrata a história de uma princesa negra que morava no reino de Daomé, no Continente Africano e que veio para o Brasil através do tráfico negreiro, no período da colonização portuguesa. Minha intenção ao escrever tal narrativa ficcional foi fazer frente à hegemonia dos contos de fadas conhecidos no Brasil, desconstruindo a ideologia de termos um único padrão de beleza valorizado, com o objetivo de elevar a auto-estima da criança negra brasileira.Está pautado nos vários aspectos históricos do período e mantém a mesma estrutura dos contos tradicionais: há uma princesa, mas negra, há o sofrimento, mas a princesa não necessita de um homem para resgatá-la, pois ela toma uma atitude impulsionada pelo seu “espírito” guerreiro e encontra um amor, mas a noção de felicidade é outra que não a de viverem felizes para sempre, imersos em riquezas, morando em um castelo.
A princesa Alafiá é uma princesa que "tem a pele negra como a noite, olhos grandes e escuros e crespos cabelos”.
Entendo que faz parte da luta pela afirmação de uma identidade que nos foi tirada e que tentamos reconstruir, a produção de uma literatura voltada para crianças e adolescentes, com o objetivo de influenciar à construção de suas identidades sócio-culturais. Pois nesse momento importante da formação da personalidade, ao se depararem com valores racistas ainda cristalizados em nossa sociedade, possam desenvolver símbolos próprios de auto – reconhecimento que elevem a sua auto estima.

Um comentário:

Wanasema disse...

Oi, Sinara!!
Gostei do que encontrei no seu blog. parabéns pelos vários eventos que participou. Estou curioso para ler a história da princesa.
Irei ao site agora!
Abraço,
Ricardo Riso